27/03/2009

PROFESSOR DE ESCOLA EM CAPÃO REDONDO FALA DA SUA EXPERIÊNCIA COM O EDUCOM

O Programa Nas Ondas do Rádio está presente em todas as regiões da cidade. Em Capão Redondo o projeto que se destaca é o coordenado pelo professor Edmilson Nazareno , professor de Geografia e de Informática Educativa. Ele foi entrevistado pela professora Cristina Massei da Diretoria Regional de Educação de Campo Limpo.

Como começou seu trabalho com rádio na escola, evoluindo para a "Imprensa Jovem"?
A rádio iniciou por iniciativa do governo Marta que firmou um convênio com USP - ECA para implantação de rádios escolares em escola públicas que se localiza-se em áreas de violência, era ligada ao projeto VIDA.
Um grupo de escolas forma selecionadas em todas as regiões de São Paulo, em Campo Limpo foram as EMEF Prof Theodomiro Monteiro do Amaral e Iracema Marques, um grupo de 10 profissionais de educação e de 10 alunos ou pais, forma selecionadas nestas escolas para participar de um curso de formação aos domingos o dia todo, se não me engano foram 10 encontros, era um curso longo, nele eram desenvolvidos oficinas e palestras. Estas duas escolas receberão o kit da rádio.
Após o curso havia este grupo de pessoas que poderiam desenvolver o projeto em cada escola, durante algum tempo recebemos a visita dos monitores que participavam das oficinas para tentar implantar a rádio na escola.
Nesta época eu saí da escola e fui trabalhar na Coordenadoria eu só tinha um cargo, meus companheiros não quiseram ou não conseguiram compor um grupo gestor na escola para a rádio, proposta da coordenação geral do projeto, os alunos tinham condições de fazer a rádio funcionar, mas não podiam sozinhos gerenciar todas as demandas que uma rádio produz, sem o incentivo dos professores e funcionários que participaram do curso o projeto foi abandonado e o equipamento guardado.
Depois de sete meses afastado da escola retornei acessando outro cargo trabalhava a noite, tentei reativar o projeto, mas não tinha contato com os alunos e não recebia a ajuda dos demais, a direção via com bons olhos o projeto, porém não sabia como viabilizar visto que sua efetivação dependia de um profissional que se dedicasse a ele.
Durante o período que estive na coordenadoria desenvolvi algumas práticas educomunicativas, outro professor também tentou fazer isto, utilizava os equipamentos para as comemorações da escola.
Em 2005 retornei a escola e comecei a desenvolver o projeto novamente, primeiramente em minhas aulas, depois no noturno encontrei um pai e um aluno que já haviam trabalhado em rádio e com aparelhagem de som, junto com eles elaboramos um curso de formação para um grupo de 20 alunos, eu e a coordenadora Andréia trabalhávamos aos sábados para que a formação acontecesse.
Conseguimos formar um grupo de 10 alunos que começaram a produzir programas no rádio, neste momento o projeto a nível central começava a retornar, você e o Carlos visitaram minha escola. O grupo de alunos e eu começamos a nos reunir semanalmente, destas reuniões surgiam a programação e a organização da rádio.
Em um curso de formação de POIE em que o Carlos estava saiu um combinado dele fazer uma formação em minha escola, dela participaram 3 escolas ( Jorge Americano e Irmã Dulce), aprofundei o contato com o Carlos, que começou a tomar com referência minha escola e a partir disto apareceram os convites para participar de eventos.
Os cursos de formação continuam novos alunos vão substituindo os que saem hoje o projeto se encontram no projeto pedagógico da escola, há um grupo de 20 alunos que participam alternadamente das reuniões da rádio, já fizemos parceria com o projeto aluno monitor foi muito bom.


O que já pode observar de avanços no seu grupo em relação ao protagonismo infanto juvenil e aos conhecimentos acerca da língua escrita e falada?

Os alunos que participam da rádio se tornam referência na escola, desenvolvem autonomia, aprendem a se organizar e a participar de reuniões, passam a serem eles produtores de decisões, comentam os acontecimentos da escola e opinam sobre o seu funcionamento, creio que eles são o grupo que futuramente farão parte do grêmio estudantil.
Nestes anos em que estive a frente da rádio percebi muitos alunos que se desenvolveram enquanto pessoas, alunos que apresentavam problemas disciplinares passaram a se preocupar mais sobre o seu comportamento já que eram referência para os demais, criaram-se lideranças positivas, quem participar da rádio passa a ter desenvoltura maior em falar e propor.
Os principais avanços que verifico é a do conhecimento que eles adquirem da tecnologia informática, não há aluno que não aprenda a usá-la, alguns que participaram do projeto acabaram trabalhando nesta área, alguns se tornaram expert em informática, não atribuo isto só a rádioi, mas o acesso que eles tem em razão disto colaborou muito.
Quanto a escrita e leitura creio que precisamos avançar muito, isto é difícil eles tem um dificuldade muito grande nesta área, quando peço que façam um comentário é um martírio para eles, e sua produções não diferem em nada do que encontro em sala de aula. Este ano é esta minha principal pesquisa, Como fazer que o projeto da rádio torne os alunos competentes na escrita e na leitura?

Quais os planos para o futuro?

Meus principais planos é envolver outro professores no projeto, tenho falado com o professor de português para que se envolva ao projeto, pois desta forma poderemos dar ênfase na escrita e leitura, tenho tentado envolver o OSL, continuarei com parceria com POIE (Sema) com o projeto aluno monitor.
Com os alunos temos um grupo de professores que querem a organização do Grêmio escolar, estamos fazendo vários grupos de alunos que se reúnem regularmente, creio que destes grupos possa se forma um embrião do Grêmio
Quanto ao desenvolvimento do projeto da rádio pretendo caminhar para a produção de conteúdos que possam ser postados na internet, utilizar mais os recursos da WEB2.0.
Outro objetivo que é a de que a o uso das práticas educomunicativas alcance as salas de aulas e que delas sejam produzidos os conteúdos e programas que alimentem o projeto.

Entrevista realizada pela prof. Cristina Massei Coordenadora do Programa Nas Ondas do Rádio e Informática Educativa

08/03/2009

UM VIDEO PARA SER VISTO


EMBRYO HD from illuzia.net on Vimeo.


01/03/2009

CRIANÇA A ALMA DO NEGÓCIO - UM DOCUMENTÁRIO QUE VALE A PENA SER DISCUTIDO ENTRE OS EDUCADORES

A mídia está cada vez mais presente no universo da criança e do adolescente. Enquanto a escola resiste em discutir o impacto dos meios de comunicação na vida das crianças ou mesmo usá-la a favor no processo pedagógico, alguém consegue enxegar um vasto campo de oportunidades para atrair ainda mais a atenção deste publico.

A publicidade é um desses oportunistas que faz dos meios de comunicação o veiculo ideal para vender, e pior, em alguns momentos, incentivar comportamentos que mudam o paradigma de ser criança. A criança de hoje idealiza o desejo de ser adulto e precocemente torna-se consumidores tão iguais quanto os seus pais estimulada pela publicidade. Porque o celular, o Mp3, o Ipod, o vídeo game, a TV, o tênis de marca, a xapinha no cabelo e tantos outros produtos e serviços são mais importantes que brincar, o livro, o gibi, o passeio com os pais e parentes?

A escola recebe toda esta influência vinda dos próprios alunos e não sabem lidar com isto. Ao proibir, justifica que é o melhor caminho para educar contra os malefícios , por exemplo, que o celular tem no processo pedagógico.Esquece que esta mesma proibição só acontece nas quadro paredes da escola. Bom seria que a escola discutisse sem preconceitos e de forma democrática com seu alunado o impacto do uso destes recursos no processo de ensino e assim desenvolver normas de comum acordo e não a partir do desejo de apenas um lado do grupo. É nesta linha que imagino que poderemos achar uma linha tênue par a discutir o impacto da midia na vida dos alunos ouvindo os vários lados interessados.

Acho que a escola tenta esconder o problema embaixo do tapete. Resolve visualmente o problema com regras e proibições arbitrárias sem ao menos discutir com os meninos e acaba não enxergando possibilidades para uma discusssão transdisciplinar que pode até ajudar outras questões bem aceita na escola , como Meio Ambiente , Sustentabilidade, Ética, Pluralidade Cultura, Saude, Qualidade de Vida....

O documentário é um mote para que os educadores possam pensar com mais carinho a importancia do papel da escola nas discussões sobre temas que resiste a ser incorporada ao processo de ensino. Neste caso, a Mídia.





Crédito do vídeo Fundação Alana http://www.alana.org.br