Segue um excelente artigo sobre esse assunto que saiu na Folha de São Paulo (31 de maio de 2010).
Aparelho estará nas salas de aula do mundo todo em dois ou três anos, prevê estudo |
ENVIADA ESPECIAL A CURITIBA
Hoje proibido na maioria das escolas, o celular está sendo apontado como ferramenta pedagógica do futuro. A previsão está em um estudo feito por especialistas em educação e tecnologia, entre outras áreas, de diversos países, inclusive o Brasil.
Na avaliação do relatório "2010 Horizon Report", o telefone móvel deve ser usado na maioria das salas de aula dentro de dois a três anos.
Mais que uma ferramenta de comunicação, ele se torna uma plataforma móvel de internet, que ainda permite filmar e fotografar.
Assim, alguns de seus usos na educação seriam como câmera fotográfica, filmadora, ferramenta de pesquisa e local de armazenamento de livros inteiros. "Com a mobilidade do celular, o aluno poderá fazer a lição de casa no carro ou no ônibus", exemplifica Cristiana Assumpção, a única representante do Brasil a assinar o estudo. Enquanto o futuro não chega, Cristiana diz que, no colégio Bandeirantes (zona sul de SP), onde coordena a área de tecnologia na educação, o uso do celular já ocorre em iniciativas pontuais.
Foi o que aconteceu também na Escola da Vila (zona oeste de SP), onde um grupo de estudantes lançou mão do aparelho para gravar um vídeo sobre o parque Ibirapuera para a aula de inglês. "Fizemos em meia hora, descarregamos e usamos o Movie Maker para editar", conta a aluna Dora Galvão, 14.
Indo um pouco mais longe, para os próximos quatro a cinco anos, segundo o estudo, caberia ao celular transmitir a realidade aumentada. A tecnologia permite que, ao apontar o telefone ou um netbook para um local, um objeto ou até uma imagem impressa num livro, o usuário receba mais informações. Uma foto de um leão permitiria assistir a um vídeo sobre o animal, por exemplo.
PROIBIÇÃO
A política de banir o celular na sala de aula é o que tem jogado para a frente a previsão de seu uso nas escolas.
"A solução mais cômoda e ineficaz é mandar que o aluno desligue o aparelho", diz André Gutiettefz Caldeira, vice-presidente de tecnologia educacional da Positivo.
O grupo que ele dirige já desenvolveu interfaces para que uma aula pré-gravada, por exemplo, seja acessada pelo celular. Mas o conteúdo ainda é o mesmo oferecido nos portais online criados pela Positivo para escolas.
Rafael Fittipaldi, diretor de criação da produtora digital Cricket Design, parceira da Editora Moderna, diz que os sistemas de ensino já estão pedindo um conteúdo específico para celular, que deve estar em uso dentro de dois anos. A produtora também já testa a realidade aumentada.
Matéria publicada na Folha de São Paulo 31/05/2010